Exposição individual de Irineu Destourelles, de 21 de Maio a 8 de Junho.

Em Autoestrangeirismo Irineu Destourelles apresenta uma série de trabalhos em vídeo, desenho e pintura que têm como ponto de partida a interpretação do filme Chaimite (1953, Dir. Jorge Brum do Canto) enquanto discurso de amor-próprio pela pátria que requer um ódio para a materialização desse sentimento. Chaimite tem como argumento de fundo as campanhas militares de ‘pacificação’ no sul de Moçambique em 1895 contra as forças do régulo Gungunhana que é, eventualmente, capturado pelas forças do Major Mouzinho de Albuquerque. Quando o filme estreou em Lisboa foi aclamado como um relato fidedigno ao regime do Estado Novo e entre os anos 50 a 70 foi um dos filmes portugueses com maior número de passagens na RTP. A interpretação de Chaimite, nos seus discursos iluministas, leva Irineu Destourelles a explorar o que está ausente e implícito.

Irineu Destourelles (1974), nasceu na ilha de Santo Antão em Cabo Verde. Bacharel em Artes Visuais, Willem de Kooning Academy, Roterdão e Mestre em Artes Visuais, Central Saint Martins College, Londres, vive e trabalha entre Londres e Lisboa. Exposições recentes incluem: Pensar Segundo Imagens Retangulares, Centro Cultural Português do Mindelo (individual, Mindelo, 2011), Escena Caboverdiana, Casa Africa (colectiva, Las Palmas, 2013) e Southern Panoramas, Associação Cultural Videobrazil (colectiva, São Paulo, 2013). Esta é a sua primeira mostra em Lisboa.